29 de março de 2014

Capítulo 8 (VCAM)

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Eu estava de volta ao armário, igual há doze anos. Era a mesma garota taxada de perdedora, que fora obrigada a jogar sete minutos no paraíso. O garoto estava à minha frente, só que não era como das outras vezes. Eu sempre me recordava desse momento como se estivéssemos numa escuridão total, mas agora era diferente. Conseguia vê-lo. Os olhos castanhos claros, num tom de mel. A pele cor de caramelo. Era alto demais para a idade. Cheirava a chocolate e vinho. O rosto era jovem, adolescente, e trazia insegurança.
Aquela foi a primeira vez que um garoto me olhou sem a intenção de rir de mim. Eu me sentia extasiada, nas nuvens. E quando ele se atrapalhou todo na intenção de me beijar, e acabou batendo na minha boca... Os pedidos de desculpas dele e seu olhar arrependido me encantaram. O beijo foi catastrófico, contudo, foi o meu primeiro. Infelizmente Lana conseguiu me fazer transformá-lo em algo vergonhoso, e eu me esqueci de como foi bom estar perto desse garoto. Esqueci-me do seu rosto. Esqueci-me de que o que eu sentia com ele, era exatamente igual ao que eu sentia pelo Jacob.

— Julliet! — Meu pai levantou-me, sacudindo meu corpo. — Você está bem?!

Percebi que ainda encontrava-me no quarto de hotel em que dormira na noite anterior. O sol já estava a pino. Passei a mão pelo rosto, sentindo-o molhado por lágrimas recentes. Meu coração estava apertado pelo sonho.

— Você estava agitada e chorando. Fiquei preocupado. — Assenti e fiquei de pé, procurando por minhas malas.
— Era só um sonho. Vou tomar um banho.
— Claro, mas quando terminar, vamos ter uma séria conversa.

Não o respondi. Peguei a valise, lingerie, uma bata e uma bermuda. Entrei no banheiro e segui direto para o chuveiro, tirando o vestido no caminho.

— Eu tenho que resolver minha vida — suspirei, prestando atenção ao barulho da água batendo em minhas costas.

Ao abrir a porta, encontrei Vincent de frente para mim. Com duas batidinhas na cama, ele convidou-me a imitá-lo e sentar-me ao seu lado.

— O que aconteceu ontem? Sua mãe já me ligou várias vezes, preocupada com você. Ninguém tem cabeça para o casamento da sua prima. Nem sabemos se ela vai se casar, depois do que você disse para o noivo dela.
— Sinceramente, pai, não me importo.
— Filha...
— Não. É sério, eu pouco me importo com Lana. Ela nunca se preocupou comigo, sempre fez de tudo para me deixar mal. Agora ela só está colhendo o que plantou.
— Não fale assim dela, filha. Sua mãe e eu não criamos você para que guardasse mágoa dos outros.
— Não é mágoa. Eu só não ligo mais. Ontem ela passou dos limites. Fez o pior de todos os seus ardis. Humilhou o Jacob na frente dos nossos conhecidos.
— Estava fingindo namorar o Jacob? — Balancei a cabeça afirmando. — Por quê?
— Falei demais. Como sempre, a Lana me irritou tanto ao ponto de eu fazer uma besteira, dessa vez, foi inventar um namorado.
— Mas ele é um... — Gaguejou a frase ,me fazendo rir ao entender o que ele queria dizer.
— Garoto de programa? Não. Tudo o que falamos para vocês é verdade. Ele fez gastronomia, se formou pela UCLA, fala inglês, espanhol e português. Cozinha maravilhosamente bem e, se tudo der certo, vai inaugurar o restaurante em menos de dois meses.
— Mas então como vocês...
— Eu propus que ele fingisse ser meu namorado, e em troca eu arcaria com as despesas da construção do restaurante. Achei que tudo daria certo, e no final seríamos somente conhecidos, mas ele nunca quis isso, e acabou que eu também não, mas eu recusei isso por tempo demais e aí... aconteceu tudo. Deixei-me levar por impulsos, fugi dele por dias e depois, Lana deu a cartada final.
— Você gosta dele?
— Gosto. Iria dizer para ele ontem, quando a Lana fez o show.
— Não deu certo ontem, faça hoje.
— Jacob não vai querer me ver.
— Se ele gosta de você, vai recebê-la.
— Duvido. Mas tentar não custa nada, não é?
— É. Só prometa-me que se acontecer alguma coisa, vai me ligar ou pegar um táxi. Dirigir no estado em que estava ontem, vai servir somente para nos deixar preocupados.
— Sinto muito. Não estava pensando direito.
— Agora pode ir. Coma algo no caminho. Vou abrir uma conta no seu nome, e pedir outro quarto para você, já que não sabemos até que dia ficará.
— E como vai voltar?
— Peço um táxi — abraçou-me e deu-me um beijo na testa. — Juízo.

Desliguei o carro e observei o prédio que eu andara frequentando nos últimos dias. Ele estava exatamente igual à última vez. Três dias não são tanto tempo.
Apertei o interfone algumas vezes, sem obter uma resposta. Estava desistindo, quando a senhora que morava no apartamento de baixo chegou.

— Dona Mercedes!
— Bom dia, Julliet! Procurando pelo Jacob?
— É. Sabe se ele está?
— Ontem à noite ele saiu, mas não o vi voltando. A moto também não está na garagem.
— Então ele não voltou?
— Não.

Apertei a ponta do nariz e puxei o celular, preocupada. Jacob saíra da casa dos meus avós alterado. Será que aconteceu alguma coisa?!

— Obrigada, Dona Mercedes.
— Aconteceu algo?
— É o que estou me perguntando.

Tentei ligar para o celular dele, mas só dava caixa postal. Fui ao restaurante, na esperança de que Dona Mercedes distraíra-se, e Jacob houvesse passado a noite em casa, e depois saído para resolver algum problema. Ninguém o tinha visto por lá. No mercado também não. E quando passei pela cafeteria onde a irmã dele trabalhava... Bom, nem a Rachel aparecera para trabalhar no dia.
Meu desespero aumentava. Se algo tivesse acontecido com Jacob, a culpa seria inteiramente minha.
Eu já havia procurado com conhecidos ,e nenhum tinha notícias, até que me lembrei da casa de seus pais. Provavelmente ele dormira com eles. Claro!
Bati na porta com pressa, e Sarah a abriu com um enorme sorriso, que aqueceu meu coração e me deixou afoita por boas notícias.

— Bom dia.
— Bom dia, filha! — Abraçou-me calorosamente. — Cadê o Jake? Não veio com você? — Meu rosto desabou.
— Ele não está aqui?
— Não. Por quê? O que aconteceu?

Senti minhas pernas enfraquecerem, e joguei meu peso contra o batente. A respiração falhava, enquanto eu pensava em todas as coisas ruins que poderiam ter acontecido com Jacob. Sarah gritou para Billy vir ajudar, e em pouco tempo eu estava sentada no sofá, bebendo um copo de água com açúcar, que na prática, não ajudaria em nada, só a abaixar minha pressão mais rápido.

— Agora, nos diga o que aconteceu. — Billy falou tentando manter a calma, já que as duas mulheres ali não conseguiam.
— O que ela está fazendo aqui? — Rachel apareceu na sala.
— Filha, por favor, agora não é o momento.
— Pai! — Ela reclamou quando viu o olhar dele.
— Fale, Julliet.
— Nós brigamos ontem à noite — engoli em seco. —– Ele saiu da casa dos meus avós muito nervoso, eu também estava exaltada, não podia pensar. O fato é que eu não consegui pará-lo. Mais cedo eu fui ao apartamento dele, toquei o interfone e ninguém atendeu. Uma vizinha me disse que ele não tinha dormido em casa. Passei no restaurante, no mercado, na cafeteria, liguei para alguns amigos dele que eu conheço. Ninguém sabe do Jacob. Aí eu me lembrei de vocês, talvez ele tivesse dormido aqui. Só que não dormiu.
— Sabia que você seria a ruína do meu irmão.
— Rachel! — Billy a repreendeu.
— Ela tem razão. Se eu tivesse admitido para mim mesma o que eu sentia desde o início. Se eu... — Soltei um soluço sofrido. — Agora eu não sei onde ele está. Não sei se ele está bem. Desculpem por isso.
— Julliet, a culpa não é sua. Jacob pode ter passado a noite na praia. Ele costumava fazer isso quando era mais novo. — Concordei com ele, mas continuei em silêncio. — Sarah, fique aqui com Julliet e Rachel. Vou procurar o Jacob.

Os minutos, após Billy sair, não passaram. Rachel não parava de me enviar olhares recriminadores, e Sarah parecia tão abalada quanto eu.

— Não se preocupe, Billy vai achá-lo — dona Sarah abraçou-me de lado, e esfregou as mãos em meus braços.
— Eu espero. Ele estava com tanta raiva de mim e... Ele nunca tinha falado daquele jeito comigo. Talvez eu merecesse, não é?! Lana o humilhou na frente de um monte de pessoas. Eu o evitei com vergonha de encará-lo, depois do que aconteceu na terça.
— E o que aconteceu? — Senti minhas bochechas esquentarem, e escondi o rosto com as mãos. — Oh... Entendi. E estava com vergonha por que, querida? Não conseguiu resistir aos encantos de Jake. É normal. — Olhei-a mortificada. — O quê? Eu sei que meu filho é um homem bem apessoado. As filhas das minhas amigas viviam querendo um encontro com ele. Algumas até conseguiram.
— Okay.  Não quero saber com quem o Jak... Jacob saiu.
— Por que o está chamando assim?
— Bobagem — balancei os ombros. — Ele disse que não queria... Não queria que eu o chamasse mais assim.
— Meu filho é exagerado. Aquela história da manta é um exemplo disso. — Sorrimos mais relaxadas, mas a expressão mudou quando Billy entrou na sala.
— Você o achou? — Sarah correu para o marido.
— Não.
— Oh, meu Deus. E agora? — Ela colocou a mão no peito, e Billy apertou-a em seus braços.
— Vamos à polícia, e também vamos procurar nos hospitais. Mas precisamos de um documento dele.
— Eu vou com vocês, pai.
— Não. Você vai ficar aqui. Já temos um filho desaparecido. Não precisamos de outro.
— Eu posso ajudar. Vocês têm a chave do apartamento dele? — Eles negaram. — Não tem problema, eu dou um jeito de entrar e pegar os documentos.
— Obrigada, Julliet. — Sarah falou.
— Não precisa agradecer. Eu também estou preocupada. — Fiquei de pé e peguei minha bolsa, que descansava no sofá. — Onde nos encontraremos?
— Na delegacia. — Disse fazendo Sarah soltar um soluço.

Fechei a porta do carro, e respirei fundo, segurando o volante. Eu precisava me acalmar, não queria deixar meus pais preocupados. Já bastavam os do Jacob, preocupados com ele. Respirei fundo, controlando minha pulsação, para só depois ligar o veículo.
Dona Mercedes não estava em seu apartamento e, como eu não conhecia outro vizinho de Jacob, estava de mãos atadas. Dei a volta na esquina, e vi a escada de incêndio. Deveria servir.
Dando alguns pulos, alcancei a parte reclinável da escada, e pude subir por ela. Os degraus, provavelmente centenários, encontravam-se enferrujados, e eu orei para aquilo não desabar comigo em cima. No momento em que encostava a mão na mureta do terraço, um degrau cedeu, sendo seguido por outros. Fiquei dependurada, segurando precariamente uma grade que eu nem havia notado.

— Eu não vou cair. Não vou cair.

Estiquei o outro braço, e agarrei uma parte da grade. Apoiei os pés na mureta, e tentei passar para o lado de dentro. Primeira tentativa falha.

— Não olhe para baixo — falei apertando os olhos.

Na segunda vez que arrisquei me mexer um pouco, a grade começou a soltar-se. Olhei para baixo e senti o estômago se revirar. Busquei por outra saída. Não havia. Eu iria morrer, e seria uma morte feia.
O metal se retorceu e começou a esfarelar no lugar mais enferrujado. Agarrei com mais força a barra. Observei em câmera lenta o lado que me sustentava se libertar do concreto, ao mesmo tempo em que meus pés escorregavam. Soltei um grito agudo prevendo minha queda, mas... Eu estava suspensa. Alguém segurava minha mão. Olhei para cima e vi Jacob, me olhando preocupado. Com uma concentração digna de monge, ele me puxou para a parte segura, e sentou-me no concreto. Eu nunca fiquei tão feliz de poder sentir o chão.

— Você está bem? — Ele me perguntou querendo checar. Assenti. Depois de certificar-se de meu estado físico, ele se estressou. — O que estava fazendo? Querendo se matar? — O sotaque espanhol mais pesado que nunca.
— O que eu estava fazendo? — Tirei a bolsa do ombro e segurei-a pela alça, pronta para espancá-lo com ela. — O que eu estava fazendo? — Uma bolsada. — O que eu estava fazendo? — Falei cada palavra pausadamente, e a cada intervalo acertava mais um golpe. — Você saiu que nem um doido ontem, me deixou que nem uma tonta lá no meio da rua, chorando. Aí, quando eu te ligo você não atende. Não atende o interfone. Os vizinhos não te viram chegar, e sua moto não está na garagem. Seus amigos não sabem de você, e muito menos seus pais. O que eu estava fazendo? Eu estava a caminho de pegar seus documentos e ir à polícia com seus pais. Tem noção do quanto eu fiquei preocupada? — A raiva começava a passar, e o alívio transbordava por meus olhos através das lágrimas. — Eu achei que tinha acontecido alguma coisa, e a culpa iria ser minha. — Eu soluçava quando Jacob passou os braços ao meu redor, e puxou-me para seu colo.
— Está tudo bem.
— Não, não está tudo bem! — Olhei-o com a testa franzida, só agora reparando nas escoriações em cima da sobrancelha, e na bochecha um pouco inchada. — O que aconteceu com você?
— Me envolvi em um acidente.
— Acidente? — Arregalei os olhos, procurando outro machucado nele. — Que acidente?
— À noite. Eu estava distraído, e acabei atravessando a outra pista. Um carro veio na minha direção, eu tentei desviar, mas não deu tempo. A traseira da moto pegou no carro, e eu fui jogado para a calçada. Caí de frente, e o capacete não estava bem preso, minha sorte foi ter caído na grama — falou sorrindo.
— Você quase morreu, e a culpa é minha — o choro voltou com mais força.
— Sua?
— Minha! Eu que fugi de você, uma pessoa da minha família te humilhou, e...
Cariño, — prestei atenção na forma como ele me chamou — a culpa não foi sua.
— Não está com raiva de mim?
— Não. É impossível ficar com raiva de você.
— Mas... Ontem...
— Eu fui exagerado. Não gostei de acordar sozinho na minha cama, após termos passado uma noite como aquela, juntos.
— Eu surtei. Eu queria estar com você há tempos, e fiquei com medo do que viria a seguir. Eu sou complicada. Tive inúmeros relacionamentos, e fui traída em todos eles, exceto no último. Não quero passar por isso novamente. Eu poso de confiante até para mim mesma, quando, na verdade, tenho mais medos do que qualquer pessoa normal.
— Posso te ajudar com todos eles.
— Como? — Ele aproximou o rosto, encostando a ponta de seu nariz no meu.
— Posso acabar com todos os medos, se me deixar entrar.
— Você já entrou. — Sorri ao sentir sua boca colada na minha.

Separamo-nos, e eu pude olhar para o rosto dele com mais clareza. Recordei-me do sonho. Balancei a cabeça, me questionando se deveria ou não contar que eu me lembrava. Um lado venceu.

— Era você, não era? — Jake me olhou com dúvida. — No armário, há doze anos. O garoto do meu primeiro beijo. — Ele balançou a cabeça em afirmação.
— Nunca tive tanta vergonha de uma garota na minha vida — sorriu encabulado.
— Nunca imaginei que meu primeiro amor esquecido, seria o homem que eu desejaria ter para a minha vida.
— Verdade? — Concordei. — Ótimo. Porque quando você me disse que era aquela garota, eu me senti um sortudo filho de uma mãe.

Jacob me deitou no chão, e colou o corpo sobre o meu, apertando minha cintura com as mãos, enquanto separava minhas pernas e se acomodava. Os beijos desceram para o pescoço. Eu começava a arfar.

— Temos que ligar para seus pais — falei antes que estivéssemos completamente perdidos um no outro, para lembrar-nos do resto do mundo.
— Depois — sussurrou levantando minha camisa, e eu apertei seus músculos do tórax. Ele gemeu, e não era de prazer.
— Droga, Jake! Você tá machucado!
— Posso ignorar a dor.
— Ignorar a dor. Vou te levar a um hospital, e ligar para dona Sarah, que estava a ponto de ter um ataque — levantei-me, mas ele me puxou de volta. — Jake... Faça isso por mim, por sua mãe. Nós estávamos preocupadas com você, ela ainda está.
— Okay — ficou de pé, e me entregou a bolsa.
— Podemos continuar o que começamos aqui, mais tarde — comentei como se falasse do tempo.
— É uma promessa? — Dei de ombros. Não era uma promessa, porém, era algo que não negaria, se ele me procurasse.

[...]

(Ed Sheeran – Kiss Me: http://www.youtube.com/watch?v=jhHyZFiE5fQ )

Sete meses depois...

Deixei a chave com o manobrista, e entrei no estabelecimento lotado com pessoas de todas as classes. O local era bem decorado. Colorido de forma harmoniosa e simples. Todos os clientes ali sustentavam um sorriso satisfeito. Havia música ao vivo, e o cantor fazia um cover de “Kiss Me”, do Ed Sheeran. Cumprimentei alguns conhecidos e segui para o bar, que ficava entre a área dos clientes e a cozinha.

— Phill, o Jake está aí? — Perguntei para o homem jovem, de cabelos curtos e arrepiados.
— Lá dentro, como sempre. Quer que eu chame?
— Quero, sim — sorri agradecendo, quando ele me entregou uma taça de vinho, um costume meu adquirido depois que comecei a frequentar assiduamente o restaurante.

Virei-me de costas para a bancada, e corri os olhos pelo local. As luminárias coloridas eram um diferencial, e davam um charme e tanto. A mistura de madeira e vidro cobria todas as partes do estabelecimento, decorado com muitas orquídeas brancas. Era rústico e, ao mesmo tempo, suave.
Parei de divagar ao sentir um beijo sobre a pele descoberta do ombro. Sorri satisfeita com o gesto, e girei para ficar de frente para ele, e poder retribuir à altura. Coloquei as mãos ao redor do seu pescoço, e me apressei em colar nossas bocas. Lábios nos lábios. Língua entrelaçadas. Corpos colados.

— O que está fazendo aqui no meio da semana? — Jake me perguntou, puxando um banco para sentar-se à minha frente. Ele vestia uma daquelas roupas brancas de chef, que eu ainda não sabia o nome. Continuava sarado, com todos os músculos no lugar. O sotaque espanhol ainda persistia, e eu esperava que ele nunca perdesse, afinal, acrescentava um charme e tanto ao meu namorado.
— Preciso de sua ajuda.
— Aconteceu alguma coisa? — Olhou-me preocupado.
— Talvez. Conhece alguém que tenha um espaço sobrando no apartamento? — Sorri ao ver sua expressão. — É que eu acabei de ser transferida para o escritório aqui de LA, e estava procurando por um colega de quarto.

Mal percebi quando Jake se levantou e me puxou num abraço esmagador, nos rodando pelo restaurante. Eu não queria ver a cara dos clientes dele.

— Isso tudo é animação por poder dividir as contas? — Questionei-o com diversão.
— É animação por saber que eu vou, enfim, começar a compartilhar meus dias com a mulher da minha vida — Jacob, que estava extremamente feliz, me olhou culpado pelo que acabara de dizer. Nos últimos meses, vínhamos tendo inúmeras discussões por conta do meu receio em dizer as três temíveis palavrinhas. Embora eu já soubesse dos meus sentimentos, temia que, quando os revelasse, nosso relacionamento mudasse. Mas para que adiar algo inevitável?
— Está tudo bem. É bom saber que me ama de volta.
— De volta?
— Eu te amo, Jake. Sinto muito ter demorado a admitir.

Ele me abraçou, tirando meus pés do chão, e eu me abaixei para tocar seus lábios com os meus. Esse era o começo de algo. Era o começo de uma nova vida. Uma vida com Jake. Uma vida de desafios, felicidades, algumas tristezas, mas, principalmente, amor. Era uma vida repleta de vinho, chocolate e Jake.

http://fanficteamjacobewolfpackapoio.blogspot.com.br/2014/03/capitulo-7-vcam.html


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